Utilização de método pioneiro com óleos essenciais, para cuidados com as árvores

00_tratamento_arvoresDesde 2014, a Colina das Flores usa um método pioneiro de tratamento curativo com óleos essenciais em árvores das calçadas, infestadas por cupins subterrâneos. Dex acordo com o biólogo e especialista em pragas da arborização Francisco José Zorzenon, pesquisador científico e diretor técnico da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico de São Paulo, consultor da Sociedade Amigos da Colina das Flores, a principal vantagem da substituição dos inseticidas químicos para utilização em áreas urbanas pelos produtos naturais, é resguardar o meio ambiente de agressões e também preservar os organismos não alvos, como aves, abelhas, dentre outros, além dos seres humanos.

A pesquisa com óleos essenciais com efeito inseticida para o tratamento de árvores, teve início em 2009, com o apoio da Prefeitura de São Paulo. O laboratório experimental foi o Parque do Ibirapuera, com aproximadamente 600 árvores tratadas com produtos naturais, obtendo resultados muito satisfatórios no controle de cupins de solo.

Resultados

Sob a supervisão de Zorzenon, a empresa Arboriza visita semanalmente a Colina das Flores para a verificação do estado fitossanitário das árvores, tratando os espécimes arbóreos que necessitam de cuidados. Beatriz Gromick, bióloga e proprietária da Arboriza, explica que as árvores acometidas por cupins de solo, das cerca de 2 mil que estão sendo monitoradas, recebem o tratamento a cada 3 meses, CIUM4D LOGIN um período menor do que o tratamento com inseticidas químicos convencionais. “Os óleos essenciais não possuem um efeito residual muito longo. Fazemos aplicações por meio de infiltrações no interior dos troncos das árvores infestadas pelos cupins. Nosso trabalho tem dado resultados muito positivos e as árvores da região têm sobrevivido às adversidades. Não é fácil viver em São Paulo, assim como também não é fácil para uma árvore sobreviver em São Paulo, devido a poluição, ao estresse, presença de pragas e doenças, dentre outros problemas. Hoje, 100% das árvores infestadas por cupins de solo, presentes nas calçadas da Colina das Flores são tratadas com produtos naturais”, observa.

Como resultado desse projeto pioneiro na cidade de São Paulo, o perímetro de atuação da Colina das Flores não apresenta quedas de árvores na estação das chuvas fortes, como assistimos em outras regiões, e que levam a cidade ao caos.

O cuidado com as árvores viárias faz parte do escopo de atividades da Sociedade Amigos da Colina das Flores desde meados de 2000, quando Zorzenon foi chamado para fazer um levantamento das pragas e verificar o estado fitossanitário das árvores da região. “Fizemos um censo arbóreo da área. Identificamos mais de 52 espécies, dentre árvores nativas e exóticas, além de palmeiras. Na época em que foi feito o levantamento, quase 30% das árvores estavam infestadas por cupins de solo. Hoje, esse valor não ultrapassa 1%”, conta o pesquisador.

Zorzenon é um dos maiores pesquisadores brasileiros do assunto. Ao longo de 08 anos, realizou um estudo na Colina das Flores para o desenvolvimento de um método eficiente, prático e de baixo custo para a prospecção de árvores, com estimativa da porcentagem de danos internos ocasionados por cupins de solo. Foi elaborada então uma técnica de perfuração e utilização de um aparelho chamado boroscópio (microcâmera), que é introduzido para avaliar o estado no interior da árvore e oferecer informações mais precisas do que aquelas obtidas à simples observação.

“A preservação da área verde valoriza os imóveis nos arredores, embeleza o ambiente, traz bem-estar para as pessoas, refresca. Essa visão da Colina das Flores é fantástica e nos permitiu fazer as pesquisas. Se não tivéssemos acesso, não poderíamos ter feito o experimento. Ainda hoje utilizamos muito dos dados colhidos lá”, destaca Zorzenon.

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